sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Tem pena d'eu


Sentia saudades de seus frutos. De seus filhos pródigos, que em verdade, te digo que nada lhe davam além de temor.
Sentia falta do ar em demasia, que sufocante, acariciava seu peito.
Corria, centímetros e centímetros, e em sôfrego desespero acabava sempre por cair, sem alcançar nem mesmo o menor de seus pequeninos. Sem conseguir alçar voo, sentava-se sobre seu próprio caos e debulhava-se em lágrimas.
E no meio desse desespero, esquecia-se se já era homem ou menino, perdia-se em devaneios tão tolos quanto lisonjeiros.
Encolhia-se até não mais parecer gente, na esperança de assim a terra lhe engolir e dele, algo de belo nascer, uma rosa talvez, qualquer coisa melhor do que fora e dera sua vida inteira.